São muitos os termos que surgiram nos últimos anos, em especial após a pandemia, para descrever as diferentes tendências do mercado de trabalho. Hoje, vou falar sobre mais um deles.
Mad Skill: o que é?
Um dos termos com que me deparei recentemente é “Mad Skills”. De forma geral, esse termo refere-se a um contexto em que os hobbies de uma pessoa são levados em consideração no trabalho, principalmente por recrutadores, para encontrar diferenciais nos candidatos.
Além disso, as habilidades que esses hobbies exigem também podem ser aprimoradas para serem aplicadas no contexto profissional. Vou deixar aqui um artigo da StartSe sobre o tema, caso queira entender melhor.
Mas, apesar de conseguir compreender o sentido por trás do termo, não consigo me conectar com ele.
É esse o caminho que queremos seguir?
Penso que, misturar os hobbies com o trabalho pode nos levar a um caminho perigoso, em que até mesmo aquilo que fazemos por prazer no tempo livre ganha uma conotação profissional, gerando um incentivo à produtividade o tempo todo que, sinceramente, nós não precisamos.
Queremos mesmo unir nossos poucos momentos de descanso ao trabalho? Queremos traçar metas e objetivos para os nossos hobbies? Se sim, tudo bem, mas que isso não se torne uma referência para quem somos no trabalho. Até porque, quando mudamos o contexto, adaptamos as nossas estratégias comportamentais. Nada garante que a habilidade utilizada em um contexto será transferida para outro.
Alguns textos que li sobre o tema diziam que hobbies ligados a esportes coletivos, por exemplo, indicam que a pessoa é boa com trabalho em grupo. E hobbies ligados a fotografia, por exemplo, indicariam que ela presta atenção aos detalhes.
Mas, se são hobbies, nem sempre as pessoas são “boas” nessas atividades, concorda? Posso adorar fotografia e tirar fotos no meu tempo livre, sem necessariamente tirar boas fotos e estar atenta a cada detalhe. Porque faço isso por prazer, para descansar a mente.
Veja bem, não estou dizendo que os hobbies de uma pessoa não dizem muito sobre ela e sobre suas habilidades, porque podem. Mas colocá-los nesse lugar de “diferencial”, de “habilidade” é justamente ir contra a sua natureza e o seu propósito.
Ser feliz no momento
Acredito que o mais importante mesmo seja conseguir apreciar o prazer de nos dedicarmos ao que estamos fazendo em cada momento.
Ser feliz no trabalho, dedicando-se aos objetivos profissionais, ao mesmo tempo em que se é feliz no descanso, focando na família, nos amigos, no lazer e nos hobbies, independentemente de metas ou de habilidades.
Ou seja, conseguir viver plenamente no presente, dando o mesmo peso para o profissional e para o pessoal, mas como dimensões diferentes da nossa vida. Me conta, isso tudo faz sentido para você?
Qual sua opinião sobre as “mad skills”? Deixe seu comentário aqui!