Falar sobre emoções humanas é entrar em um campo bastante subjetivo. Não existe um manual para elas. Eu não posso (e nem gostaria) de lhe dizer como você deve se sentir e reagir em cada momento. A psicologia, um campo extremamente profundo, nos mostra diariamente a complexidade emocional das pessoas.
Dito isso, preciso lhe dizer que elas não estão assim tão fora do seu controle. E que elas provavelmente não são aquilo que você ouviu falar a sua vida inteira.
Como surgem nossas emoções?
O senso comum é de que as emoções são embutidas em nosso corpo. De que temos um sistema pré-configurado no cérebro, responsável por criar e processar as respostas emocionais.
Mas estudos como o de Lisa Feldman Barret mostram que, na verdade, as emoções são construídas, com base nas nossas experiências passadas. Cada nova experiência muda como lidamos com a experiência seguinte.
Vou dar um passo atrás e trazer um pequeno exemplo. Suponha que você é uma pessoa que sofre de uma ansiedade paralisante antes da apresentação de um projeto ou de uma reunião importante. Seu coração acelera, suas mãos suam, sua barriga dói e sua mente fica em branco. Você pensa em todos os cenários que podem dar errado. Sente medo, vergonha, ansiedade, estresse e tristeza. Por outro lado, o seu colega está sempre confiante nessas mesmas situações.
Qual é a diferença entre vocês?
Provavelmente são as experiências passadas que cada um viveu. Pode ser que você já tenha passado por um constrangimento durante uma apresentação na escola. Ou que tenha recebido uma crítica dura na faculdade. Então, em novas experiências similares, essa será a âncora para criar as suas emoções.
Já o seu colega, que jamais passou por algo assim, não fará a mesma conexão. Por isso, mesmo nervoso, age de forma bastante diferente.
Resumindo: cada momento da sua vida, como você reage e como as coisas acontecem, determina como você irá responder em situações futuras. Mas, calma, porque dá para mudar esse cenário!
Transformando as emoções
Saber que somos responsáveis por nossos próprios sentimentos pode ser um pouco avassalador, não é?
Mas, por outro lado, também é reconfortante. Porque é a evidência perfeita de que somos, sim, capazes de mudar, especialmente nas situações que nos afetam negativamente.
Se você estiver disposto ou disposta a assumir a responsabilidade sobre suas emoções, a retomar o controle sobre elas, é possível. E entender como todo esse processo funciona é essencial para a mudança.
As emoções e os Sabotadores
Segundo Shirzad Chamine, criador da Inteligência Positiva, os “Sabotadores são as vozes em sua cabeça que geram emoções negativas enquanto você lida com os desafios diários da vida. Eles representam os padrões automáticos da sua mente de autopreservação sobre como pensar, sentir e responder.”
Ou seja, quando você não tem autoconhecimento e não é capaz de se autorregular, as emoções controlam você. Você permite que as emoções, em especial as negativas, guiem as suas ações. Assim, os sentimentos de raiva, frustração, tristeza, ansiedade, medo, culpa e vergonha (dentre outros) vão se acumulando, se tornando uma constante em sua vida.
E é com base nesse conhecimento sobre as emoções (e outros) que ajudo pessoas a construírem Boa Forma Mental, por meio de exercícios que favorecem novos padrões neurais (novas formas de pensar, sentir e agir), mais alinhados com quem você deseja ser.
Um dos pilares desses exercícios é justamente tirar o foco dos sentimentos, de forma que você consiga, aos poucos, desvincular suas experiências negativas do passado das decisões e atitudes que toma hoje. Trazer a sua atenção e foco para o presente, que é onde tudo está acontecendo de verdade.
Responsabilidade
Como mencionei, a palavra-chave é responsabilidade.
Aquilo que foi construído ao longo de uma vida não é facilmente transformado da noite para o dia. Mas com dedicação e treino, você pode se aproximar cada vez mais da pessoa e do(a) profissional que deseja ser, tomando decisões com maior clareza.
Se você está pronto para dar esse passo, fale comigo. Será um prazer ajudar você a conquistar os seus objetivos.
Esse artigo foi criado com base na palestra “You aren’t at the mercy of your emotions – your brain creates them”, que eu altamente recomendo que você assista.
