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Demissão em massa

Os últimos meses, infelizmente, foram marcados por uma série de demissões em massa. Empresas dos mais diversos segmentos, principalmente startups, efetuaram a demissão de centenas de funcionários de uma só vez – muitas vezes, até mesmo, de forma insensível.

Diante desse cenário, enxergo dois problemas. Por um lado, uma grande quantidade de pessoas se vê sem emprego e precisando lidar com todas as consequências financeiras e emocionais. Por outro, percebo um grande despreparo e falta de humanização por parte da liderança na forma de conduzir esse processo de desligamento.

A falha da liderança

A ex-funcionária de uma dessas empresas, por exemplo, deu entrevista declarando que ela e outros 35 colegas foram convidados a participar de uma reunião através de uma chamada de vídeo e, quando entraram, foram todos demitidos.

Será que essa era, realmente, a melhor maneira de lidar com a situação? Será que o líder não poderia, pelo menos, ter conversado com a equipe de forma individual e dado um feedback para cada um?

Uma boa liderança precisa de soft skills indispensáveis, como a empatia e a comunicação assertiva, para que possa lidar com o time de forma respeitosa e transparente, fazendo com que o momento da demissão não seja uma surpresa, e sim a conclusão de um processo que já era de conhecimento das partes envolvidas.

A falta de sensibilidade por parte da corporação também prejudica aqueles que permaneceram. O clima de medo e insegurança prejudica a produtividade e faz com que as pessoas não consigam entregar a sua melhor versão para a empresa.

Outro ponto é que as chances de contratar novos talentos também é atingida, já que esses podem acabar optando por outras instituições no momento de buscar um novo emprego.

Por mais que o dinheiro seja fundamental, uma empresa é construída por pessoas. Quando não cuidamos delas, a maior prejudicada é a própria empresa.

Fui demitido – e agora?

Mesmo que a demissão possa ser ocasionada por fatores externos e esteja fora do controle do funcionário, isso não ameniza o choque e a decepção do desligamento, principalmente quando acontece de forma inesperada. Nestes momentos, o primeiro instinto é questionar sua própria capacidade e assumir 100% da culpa.

Na verdade, quando somos demitidos e um ciclo é encerrado (principalmente quando se está na empresa há muitos anos), é normal que a gente passe por um período semelhante às fases do luto – de negação, raiva, negociação, tristeza e aceitação. Essas reações são normais e esperadas. Ter consciência delas pode ajudar a fortalecer a autoempatia, tão importante para lidar com os desafios pessoais e profissionais que surgem a partir da demissão.

Além disso, também é essencial parar, refletir e responder perguntas importantes. Qual aprendizado pode tirar dessa situação? Está satisfeito com sua carreira e função? Quais serão os seus próximos passos daqui para a frente? Isso ajuda a manter o foco nos objetivos profissionais e a sentir mais segurança para planejar o futuro.

Ter por perto pessoas que possam formar uma rede de apoio nesse momento pode trazer novas perspectivas, possibilidades e tornar a jornada mais leve. Quais são as pessoas que você gostaria de ter por perto e que podem contribuir com o seu desenvolvimento profissional?

A demissão pode fazer parte da carreira profissional de qualquer um. Tenha em mente que o fim de uma jornada indica o começo de outra, e que todas elas nos acrescentam alguma coisa. Continue buscando novas oportunidades e se dedicando ao seu desenvolvimento profissional.

Tatiana Trivellato

O que o mundo está perdendo quando você não revela o seu potencial? Contribuo pra que pessoas se transformem, potencializem a sua essência, e tenham maior clareza das suas escolhas – encontrando possibilidades onde antes não era possível. Essas transformações possuem um efeito sistêmico, com mudanças no ambiente onde vivem, equipes, empresas, e no mundo.